sexta-feira, 24 de maio de 2013

na Agência USP - Formulação acelera tratamento contra picada de abelhas

Experimentos realizados no Instituto Butantan, em parceria com cientistas do exterior, possibilitaram o desenvolvimento de uma formulação capaz de eliminar mais rapidamente os efeitos causados por picadas de abelhas em pessoas alérgicas ao veneno. Os pesquisadores desenvolveram lipossomas, elaborados a partir de lipídeos naturais, que podem acelerar o tratamento porque concentram o veneno em seu interior, diminuindo a dose necessária para se atingir o mesmo objetivo. Neste caso o objetivo é a diminuir ou eliminar a sensibilidade ao veneno em pessoas alérgicas. É um tratamento chamado de Imunoterapia.

Doses experimentais utilizaram o veneno total da abelha
“Trata-se de uma iniciativa inédita no mundo, do que pode vir a ser uma imunoterapia e o processo já foi devidamente patenteado”, conta a professora Maria Helena Bueno da Costa, que é doutora pelo Instituto de Química (IQ) da USP. Os testes feitos com animais mostraram bons resultados e o próximo passo seria envolver experimentos em humanos.
Para desenvolver as doses experimentais, os pesquisadores utilizaram o veneno total da abelha. Sabe-se que os principais componentes do veneno das abelhas são a fosfolipase, presente em 12%, e a melitina, que representa 50% da composição. O veneno total foi encapsulado (incluídos dentro do lipossoma) em membranas artificiais produzidas em laboratório, os chamados lipossomas. “Os lipossomas são ‘nanocápsulas’ que podem concentrar grande quantidade de veneno no seu interior”, descreve a cientista. “O veneno foi modificado quimicamente para não causar danos nas membranas do lipossoma”, descreve Maria Helena, lembrando que os próprios lipossomas também passam por modificação na composição. Um excesso de inibidor de fosfolipase e de melitina foi adicionado ao filme lipídico usado para a produção dos lipossomas, garantindo, portanto, a sua estabilidade.

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