sábado, 28 de janeiro de 2017

Na Agência USP - Cobertura de revistas sobre cotas traz reflexos históricos


Revistas Veja, Caros e Amigos e Carta Capital foram analisadas no estudo
O sistema de cotas nas universidades públicas brasileiras, apesar de consolidado pela legislação, ainda pode ser considerado “polêmico”, ao menos em relação à cobertura da mídia. Para a jornalista Tatiana Cavalcante de Oliveira Botosso, as abordagens dadas pela mídia ao tema trazem reflexos históricos, visto que o Brasil é um país que teve todas as suas relações construídas a partir do racismo, quando se formaram as elites brancas. “Os grandes meios de comunicação sempre foram dominados por esta mesma elite”, afirma a jornalista.
Tatiana é autora do estudo Negros na Universidade – cobertura da mídia sobre as políticas de inclusão sócio racial no Brasil. A pesquisa de mestrado foi apresentada na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, sob orientação do professor Dennis de Oliveira. Para realizar seu estudo, Tatiana analisou a cobertura de três revistas semanais sobre a votação da lei de cotas nas universidades e institutos federais pelo Superior Tribunal Federal (STF),  em 2012.
A pesquisadora escolheu as publicações Carta Capital, Veja e Caros Amigos. “São revistas que possuem linhas editoriais distintas. Podemos identificar que duas delas, Carta Capital e Caros Amigos, têm uma posição mais à esquerda, enquanto a Veja defende opiniões mais à direita”, avalia. Ao todo, foram selecionadas 12 matérias sobre o tema veiculadas nas três revistas durante o ano de 2012, entre os meses de abril e setembro. “Foram dois textos da Caros Amigos, cinco da Veja e outros cinco da Carta Capital”, conta.
Percorrendo o racismo
Antes mesmo de analisar os textos das publicações, Tatiana traça em seu estudo um panorama em relação ao racismo, desde o escravismo e analisando dados socioeconômicos atuais entre as populações brancas e negras. “Também estudei parte da história do jornalismo em relação ao tema e os movimentos negros que ocorreram desde o escravismo até a conquista das primeiras ações afirmativas”, descreve. Nesta trajetória de estudos, ela analisou a importância dos movimentos de mulheres negras chegando ao Programa Universidade para Todos – PROUNI, e à Lei de Cotas.

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