sábado, 28 de janeiro de 2017

Na Agência USP de Notícias - Engraxates ambulantes influenciaram no samba paulistano


Nas décadas de 1920 a 1950, eles engraxavam e faziam suas batucadas
Das latinhas de graxa e das escovas dos engraxates ambulantes surgia a batida peculiar de um samba característico que influenciou os destinos do ritmo na cidade de São Paulo. O som incitava aqueles jovens trabalhadores, negros em sua maioria, a dançar a “tiririca” – dança na qual dois participantes se desafiavam num jogo de pernadas.
Estas cenas eram comuns entre as décadas de 1920 e 1950, nas áreas centrais da cidade de São Paulo. “Até que a polícia chegasse para dispersar ou mesmo deter alguns participantes”, conta o historiador social André Augusto de Oliveira Santos, autor do estudo ‘Vai graxa ou samba, senhor?’: a música dos engraxates paulistanos entre 1920 e 1950. A dissertação de mestrado apresentada na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) enfoca a atividade dos engraxates paulistanos e a influência que eles tiveram não apenas no samba da cidade, mas até na formação e organização de algumas escolas de samba de São Paulo.
veja aqui o vídeo:
Entre os anos de 2013 e 2015, sob orientação do professor José Geraldo Vinci de Moraes, do Departamento de História da FFLCH, Santos dedicou-se a estudar o tema pesquisando jornais e revistas da época e até fontes policiais, como boletins de ocorrências, relatórios e processos contra ambulantes. O que chamou a atenção do pesquisador foi que em muitos estudos sobre o samba paulistano havia apenas algumas citações sobre os engraxates e suas manifestações musicais. “Foi daí que surgiu a ideia de estudar mais profundamente a participação destes personagens na influência do gênero na capital paulista”, conta.
Em novembro de 2015, o estudo foi vencedor do “Concurso Sílvio Romero de Monografias”, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP). A pesquisa de Santos foi a vencedora entre 17 inscritos no concurso. Criado em 1959, o Concurso Sílvio Romero de Monografias foi idealizado com o propósito de estimular a produção de conhecimento científico sobre os diversos temas do folclore e da cultura popular.

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