sábado, 28 de janeiro de 2017

Na Agência USP de Notícias - Pichadores seguem as regras do grupo e buscam o respeito


As tags (assinaturas) são as formas de pichação mais usadas em São Paulo
A pichação na cidade de São Paulo tem com as regiões da periferia um sentimento de identidade. A atividade é exercida por grupos compostos, em sua maioria, por jovens do sexo masculino. E a maior disputa é pelo reconhecimento dos pares. “Por cerca de um ano observei os escritos, acompanhei os pichadores por algumas vezes nas áreas centrais da cidade, bem como suas marcas nas periferias e até em outros municípios”, conta o geógrafo Pedro Rangel Filardo, que estudou o tema em sua dissertação de mestrado apresentada na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP.
“Consultei a literatura e verifiquei que há diversos estudos sobre as pichações nas cidades, mas do ponto de vista sociológico, da estética, da semiótica e do direito, entre outros”, conta. “Não consegui encontrar nada relativo sob o ponto de vista espacial e também da paisagem urbana, ou seja, o que de fato o ser humano apreende com o que é visto na paisagem em relação à uma pichação”. Afinal, segundo Filardo, tais marcas (pichações) por vezes nem são percebidas por muitas pessoas nas cidades.
A dissertação A Pichação (tags) em São Paulo: dinâmica dos agentes e do espaço é um estudo empírico, com base em observações feitas pelo pesquisador mais precisamente no ano de 2013, e que teve a orientação da professora Yvonne Miriam Martha Mautner. Filardo conta que a forma de pichação mais disseminada e presente na capital paulista são as tags, ou assinaturas estilizadas. De acordo com o pesquisador, esta forma de pichação de traços retos, semelhante a um estilo gótico, é a que domina a cidade central e a periferia. “Em geral são feitas de forma rápida e simples, onde os pichadores utilizam rolos de pintura ou tinta spray”, detalha.

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