sábado, 28 de janeiro de 2017

No Jornal da USP - Pesquisa mostra como diferentes hábitos alimentares alteraram a evolução das aves



Ramphastos vitellinus comendo uma espécie de Hylidae (perereca) no Rio de Janeiro, Brasil. Foto: João Quental
Ramphastos vitellinus comendo uma espécie de Hylidae (perereca) no Rio de Janeiro, Brasil. Foto: João Quental
Assim como o homem, as aves têm uma extrema capacidade de adaptação aos ambientes podendo, inclusive, alterar hábitos alimentares. Aplicando um modelo matemático sobre um banco de dados de cerca de 10 mil espécies de aves de todo o mundo, num espaço de tempo de cerca de 120 milhões de anos, cientistas comprovaram que alterações na sua alimentação podem influir na sua evolução. O estudo inédito foi publicado na Nature Communications, assinado por cientistas da USP, da Universidade de Amsterdã (Holanda) e da Universidade de Utah (EUA).
O biólogo Gustavo Burin, doutorando do Instituto de Biociências (IB) da USP e primeiro autor do artigo Omnivory in birds is a macroevolutionary sink (“Onivoria em aves é um ralo macroevolutivo”) , diz que o título dá uma ideia precisa de seu estudo. “Com o passar do tempo, as espécies onívoras frequentemente se extinguem e menos frequentemente geram novas espécies. No entanto, novas espécies onívoras são formadas devido a mudanças no ambiente e nos hábitos alimentares das aves”, descreve o cientista, explicando que espécies onívoras são as que consomem diversos tipos de alimentos, como insetos, frutos, plantas, sementes, sem nenhum tipo de alimento predominante. “Assim, podemos imaginar que houve uma espécie de ‘ralo evolutivo’, em que espécies com dieta especializada eventualmente tornaram-se onívoras e, uma vez onívoras, estavam fadadas à extinção.”
Desde Darwin, é sabido que os hábitos alimentares podem afetar a evolução das aves, “mas, até este estudo macroevolutivo, pouco se sabia como as dietas poderiam influenciar na dinâmica evolutiva de diferentes linhagens”.

Leia mais

Nenhum comentário:

Postar um comentário